terça-feira, 21 de julho de 2015

Dica de escritora: Roberta Souza entrevista Darléa Zacharias, autora do livro 'Drogas o árduo caminho de volta'


'Drogas. O Árduo Caminho de Volta. Coragem para Mudar!'  O livro conta a recuperação de uma ex-dependente química,  foi comprado pela Editora América Star Books e publicado em inglês, com o título de Drugs – The Hard Way To Turn. A história de superação interessou produtores cinematográficos em Hollywood e pode virar filme.

Conflitos, desilusões, crescimento conturbado, fuga, drogas

Esta autobiografia é o exemplo perfeito de como uma vida pode começar completamente conturbada, seguir por caminhos tortuosos, se perder por completo, conhecer a morte de perto, mas conseguir se encontrar, abraçar uma fé imprescindível no amor de Deus e na vida e buscar novos caminhos para se manter longe das drogas.  Darléa sentiu na pele o lado obscuro do ser humano, se entregou à morte, mas superou suas dificuldades, suas compulsões e reescreveu sua história.


Roberta: Você procura não culpar ninguém por seu início nas drogas. Em sua opinião, a criação e a educação podem afetar a entrada no mundo das drogas?

Darléa: Este foi um comportamento destrutivo que ficou no passado. Passei a minha vida procurando uma justificativa. Usei as desculpas mais absurdas para levar adiante uma vida de insanidades. Hoje me vejo com responsabilidade e assumo a culpa, sem cobrar nada de ninguém.

Eu que fui até um ponto de venda de drogas e comprei minha morte. Um suicídio lento e insano. E, para me recuperar, precisava ver que as pessoas me deram o que elas podiam me dar, mas recebi isso de forma distorcida pela minha mente ignorante e adoecida. Cansei de cobrar dos outros coisas que só eu poderia me dar: Amor, carinho, atenção e respeito próprio.

Hoje, sei que sou responsável pela minha vida e recuperação, não me cabe mais tentar encontrar culpados, mas fazer parte da solução. Me perdoando e perdoando as pessoas, sem mágoas a minha caminhada ficará mais leve e poderei prosseguir em paz. Perdoar a si mesmo e aos outros é um ato de amor consigo mesmo.

Roberta: Em sua opinião a criação e o cuidado na educação podem afetar a entrada de pessoas no mundo das drogas?

Darléa: Vim de uma família empobrecida emocionalmente, um lar em desarmonia e confuso. Eu poderia ter sido melhor orientada. Mas minha família fez o que achava melhor, mesmo que não fosse.  Por outro lado, vejo pessoas que foram educadas em lares estruturados e mesmo assim, torna-se adictos(usuários de drogas).

A adicção é uma doença comportamental, familiar e independe de classe social. Não é contagiosa, mas é contagiante. Óbvio que um lar com diálogo honesto e amor, contribuí para a formação de um adulto mais seguro. Conheço pessoas criadas a esmo que nunca usaram drogas, outros criados em lares harmoniosos, religiosos, com amor e diálogo, se tornaram usuários,  é um paradoxo.

Roberta: Quais foram os momentos mais difíceis no processo de limpeza?

Darléa: O início da recuperação foi bem complicado. Pensei que não fosse conseguir ficar limpa e as crises de abstinência me consumiam. Confusão mental, dores musculares, cansaço, apatia, coceiras e dores de cabeça constante, me esgotavam física, mental e espiritualmente. Pensar no futuro, em como seria minha vida sem as drogas me deixava desesperada. 

Este processo durou três meses, até que comecei a desenvolver uma fé em um Deus amoroso, que não tinha nada haver com religião, mas sim com uma força descomunal que tinha dentro de mim, e eu não enxergava, ela era encoberta pelo desespero do uso. Esse Deus, me carregou no colo nos momentos em que eu não tinha mais forças.

O processo de recuperação era lento, dolorido, mas era possível. Comecei a viver sem pensar no amanhã, Sem planos, construindo metas e esquecendo as expectativas. Recomeçar do nada com medo da vida, não é fácil… Mas, percebi que se eu pedisse ajuda a pessoas que haviam passado pelo mesmo que passei, eu também poderia reescrever minha história.

Roberta: Sua obra é um relato sério e bem explícito sobre verdades escondidas. Você consegue tocar pessoas “perdidas” nas drogas com suas palavras?

Darléa: Sinto que sou uma privilegiada, eu poderia ser apenas mais uma anônima nesta triste trajetória. Pessoas que vivem e morrem sem conhecer uma maneira limpa e digna de viver. Mas, eu busquei e ainda busco reformulação de  vida e recuperação para esta doença que não tem cura, mas pode, através da completa abstinência, ser detida.

Muitas pessoas sofrem com a dependência pensando que estão sozinhas e não estão. Droga é mais comum do que se pensa, é o mal do século. E não afeta só quem vive a margem da sociedade ou o filho da vizinha. Ela entra traiçoeiramente em nossas vidas, e em um piscar de olhos, dizima a nossa família. Meu livro fala disso: Esperança!. Compartilhar o que passei e como venho me recuperando é um ato de coragem e gratidão a Deus.

Meu livro ajuda pessoas que dia perderam a esperança, mães desesperadas que buscam entender como perderam seus filhos para as drogas, apesar de todos os seus esforços. Recebo todos os dias dezenas de e-mails de pessoas me agradecendo por compartilhar a minha história. Estas pessoas estão conseguindo também, isso para mim, não tem preço.

Roberta: O que você escreveria numa carta para a Darléia dependente das drogas?

Darléa: Olharia para ela com misericórdia, pois ninguém quer uma vida miserável para si. Tentaria me aproximar com cautela, daria amor e seria dura quando necessário. Não importa em que ponto de degradação esteja, é possível reverter. É preciso dar o primeiro passo, pedindo ajuda e admitindo que sua vida está incontrolável. Não desista de si, existe uma vida nova, limpa e digna. 

É possível se amar, se aceitar e mudar a própria história.  Drogas não são e nunca serão sinônimo de diversão e felicidade, pelo contrário, ela só causa desespero e dor. O final é prisão, instituição e morte. Ás vezes a morte pode vir primeiro… Acorde enquanto é tempo, pois quem não abraça a felicidade quando ela chega, não pode chorar quando ela for embora. Força, fé e esperança!

Roberta: Sua mensagem final:

Darléa: A vida não para e o tempo é agora! Não existe caminho sem volta. Nesta vida somos meros aprendizes dos nossos próprios erros. Só temos uma certeza: a de que um dia morreremos, então que possamos viver esta vida, que nos foi emprestada por Deus amoroso, da melhor maneira possível.

As drogas nos tornam covardes, omissos, passionais e permissivos. Aceitamos a condição de escravos usando para viver e vivendo para usar. Não nascemos para ser escravos do químico. Temos escolha de não ser mais controlados.

Se você conhece alguém que tenha problemas com drogas, sugira os grupos de mútua ajuda, que seguem a filosofia de vida baseada em 12 passos. vi vários milagres acontecerem, inclusive eu sou um deles. Funciona mesmo!

Contato com a autora: darleazacharias.com.br

Quem é essa Colunista 'Doida' chamada Roberta e autora do livro 'Meninas de 30':

Roberta de Souza é jornalista, com orgulho! Crítica Literária, locutora, Editora do jornal Tanguá Notícias, onde também assina a  'Coluna Literária'. Revisora e copidesque de obras literárias e jornais.
Ela faz parte de uma louca família, seu sustento e sua vida. Desde nova se apaixonou pelos livros e é seguindo esta paixão que ela trilha sua vida. Assim baseou sua carreira e assim nasceu o livro 'Meninas de 30', o 'Espaço do Autor Nacional', o site 'Mix Cultural' e sua empresa de comunicação, a 'Gaia Assessoria de Comunicação', que tem como foco a assessoria de imprensa de escritores nacionais.

Conheça um pouco mais sobre Roberta:

Gaia Assessoria de Comunicação: https://www.facebook.com/gaiasscomunicacao 
Fã Page do livro Meninas de Trinta:  https://www.facebook.com/MeninasDeTrintaOLivro 
Página do Autor Nacional: https://www.facebook.com/autornacional

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