'Por Elas'. Foto: Divulgação |
Rio de Janeiro, RJ. A violência contra a mulher é o tema da peça Por Elas, em cartaz até 1º de setembro no Museu da Justiça - Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ). Originada de retalhos de histórias reais, a dramaturgia é assinada pelo advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes em parceria com a diretora teatral Sílvia Monte. Cada uma das sete personagens femininas carrega histórias reais de outras tantas brasileiras. A figura masculina, evocada por lembranças, provoca a reflexão do que o homem representa para elas dentro desse universo perverso de “amor e ódio”, “submissão e poder”, das relações entre mulheres e homens, numa sociedade patriarcal e machista. Por último, os coros de “mulheres” e “homens” espelham o sentimento, o preconceito, a dor, a violência e as ambiguidades da nossa sociedade frente à violência de gênero.
'Por Elas'. Foto: Divulgação |
“A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as ambiguidades do humano, acolhe e aproxima - de forma menos cruel - as pessoas da realidade. O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o fenômeno da violência de gênero. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações”, defende a diretora Sílvia.
Inspirado pela pauta que o Poder Judiciário do Estado do RJ desenvolve no combate à violência doméstica, o CCMJ, por meio do programa Teatro na Justiça, iniciou em 2016 estudos sobre o tema, com o objetivo de criar uma peça que contribuísse com a reflexão, a prevenção e o enfrentamento da violência contra a mulher pela sociedade brasileira.
'Por Elas'. Foto: Divulgação |
“A peça trata do ‘círculo da violência’ e do ‘feminicídio’, assassinato cometido contra a mulher em razão desta condição, em geral praticado por alguém do âmbito doméstico e familiar. O feminicídio é um crime anunciado, precedido por outras formas de agressão que formam o ‘ciclo da violência’, e portanto passível de prevenção”, alerta a diretora, acrescentando que “os números assombrosos da violência perpetrada contra as mulheres refletem um problema social que deve ser encarado pela sociedade em frentes variadas: na família, na escola, no trabalho, inclusive na arte”. Sílvia conclui com uma frase do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt: “O que interessa a todos, só todos podem resolver.”
Sinopse: Um grupo de mulheres desconhecidas entre si que, em comum, têm a violência na sua vida amorosa, se reúne para falar sobre suas histórias. Conforme os relatos vão acontecendo, os conflitos, preconceitos, a dor e a própria violência surgem no grupo.
Ficha técnica: Texto: Sílvia Monte e Ricardo Leite Lopes. Direção: Sílvia Monte. Elenco: Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa. Figurinos: Luci Vilanova. Assistente de Figurino: Monique Rosa. Trilha Sonora Original: Maíra Freitas. Iluminação: Ana Luzia de Simoni. Identidade Visual: Nena Braga. Fotografias: Vini Couto / Marcelo Carnaval. Diretor Assistente: Anderson Cunha. Operação de Som: Maíra Lemos. Operação de Luz: Cris Ferreira. Diretora de Produção: Viviani Rayes. Produtor Executivo: Yashar Zambuzzi. Produção: Rayes Produções Artísticas. Idealização: CCMJ. Realização: Poder Judiciário do Estado do RJ.
Serviço: Por Elas. CCMJ, Sala Multiuso, Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel, 29, Centro, RJ. Até 1º de setembro, de quarta-feira a sábado, às 19h. Entrada gratuita, com distribuição de senhas às 18h30. Recomendação Etária: 14 anos. Duração: 80 minutos.
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