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sexta-feira, 24 de abril de 2015
Grátis: No Rio, exposição com obras de Debret faz sucesso em museus
O Centro Cultural Correios Rio de Janeiro e os Museus Castro Maya IBRAM/Minc apresentam a exposição 'O Rio de Janeiro de Debret', até 03 de maio. No ano em que a Cidade Maravilhosa celebra seus 450 anos, a mostra apresenta 120 obras originais de Jean-Baptiste Debret, oferecendo uma oportunidade inédita para o público de apreciar a visão criada por um dos grandes pintores viajantes franceses sobre o Rio de Janeiro. A exposição é gratuita e tem patrocínio dos Correios e Governo Federal. No dia 25 de abril haverá uma visita guiada dedicada especialmente ao público infantil, com atividades lúdicas e oficinas mediadas pela equipe de monitoria da exposição.
A exposição apresenta um conjunto de 120 obras de Jean-Baptiste Debret (1768-1848). A Coleção Castro Maya, à qual pertencem os trabalhos, guarda mais de 500 originais de Debret (aquarelas e desenhos), raramente vistos em grandes conjuntos. O pintor residiu no Rio entre 1816 e 1831 e durante sua estada pôde acompanhar as grandes transformações pelas quais passava a sociedade brasileira como consequência da vinda da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808. Aqui ele foi, por um lado, testemunha de momentos decisivos e de atos governamentais que iam mudando a feição política, social e cultural do país e, por outro, integrante da vida cotidiana da cidade.
O Rio de Janeiro da época – então com cerca de 100.000 habitantes – foi retratado por Debret com grande minúcia e intimidade, ao ponto de tornar sua obra um catálogo de pormenores da vida na cidade, ressaltando-se, principalmente, as questões sobrevindas da polarização da sociedade entre homens livres e escravos, um aspecto nitidamente exótico e chocante para os olhos europeus.
Debret destacou em suas obras a vida do negro no Rio de Janeiro, seus costumes e cultura. Em contraponto, retratou fatos importantes ocorridos na côrte portuguesa e na nobreza. O artista francês mostrou o Rio através do trabalho dos escravos e suas intervenções na cidade, bem como a ocupação do espaço público por parte de negros e brancos. A diversidade presente nas obras e o detalhamento característico de Debret impressionam o público, que tem sido cada vez mais eclético na exposição.
Desde a sua abertura, a exposição já teve quase 40 mil visitantes, que vão desde escolas públicas e ONGs, até turistas e o embaixador da França no Brasil. O público carioca recebeu a mostra de braços abertos. Dezenas de crianças já visitaram a exposição, desenvolvendo trabalhos e oficinas mediados pela equipe de monitoria do espaço, alguns dos quais estão expostos na sala destinada a este fim. Os selfies na exposição são muito comuns e demonstram a intimidade com a qual as pessoas percebem as obras. É fácil ver, pelos corredores da mostra, pessoas procurando as obras de Debret que retratam as paisagens do Rio de Janeiro do período colonial, a fim de compará-las com a atual aparência da cidade. Grupos e movimentos negros também são comuns na mostra, que apresenta a importância que os negros sempre tiveram na construção cultural do Rio.
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