terça-feira, 12 de novembro de 2024

Grátis: CCBB Rio inaugura Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira em 16/11

Exposição apresenta mais de 140 obras de 62 artistas brasileiros e 12 deles nasceram ou vivem no Rio. A mostra pode ser conferida até 17 de fevereiro de 2025


Auto-retrato Arthur Timótheo da Costa (1908)
Foto: divulgação


Nos livros, nas salas de aula, em exposições de arte e museus, a história e cultura do Brasil vêm sendo perpetuadas pela ótica dos brancos. A partir de 16 de novembro, uma outra visão será apresentada em Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira. Composta por mais de 140 obras, a exposição realizada no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) tem curadoria de Deri Andrade e reverencia a contribuição dos artistas negros para o país.

Sucesso em suas passagens pelos Centros Culturais do Banco do Brasil em São Paulo e Belo Horizonte – onde foi vista por mais de 300 mil pessoas – a exposição chega ao Rio durante a realização dos encontros do G20 Social e se apresenta como mais uma oportunidade de contato do público nacional e internacional com a arte brasileira. Em cartaz até 17 de fevereiro, a mostra é patrocinada pelo Banco do Brasil e BB Asset, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e produzida pela Tatu Cultural.

Para a abertura, em 16 de novembro (sábado), o CCBB RJ está preparando um momento especial: às 16h o Terreiro de Crioulo se apresenta, gratuitamente, no térreo do Centro Cultural. Um encontro com muito samba de raiz e muita energia positiva, alegria e cheio de axé. A entrada é livre, mas haverá emissão de ingressos, disponibilizados na bilheteria digital e no site do CCBB. A exposição estará aberta ao público já a partir das 9h e as galerias permanecerão abertas durante todo o dia.

Ainda no dia de abertura, às 14h, o público conferirá a performance “Do que são feitos os muros”, de Davi Cavalcante. O artista construirá um muro, com tijolos que trazem diversas palavras.  O trabalho propõe uma reflexão poética sobre o peso da ação humana na construção das relações com o espaço e seus pares.

A EXPOSIÇÃO

Coletiva, a exposição contempla o trabalho de 62 artistas, entre eles 12 cariocas nascidos ou adotados pela cidade. Dois estão entre os homenageados pela mostra, Lita Cerqueira e Arthur Timótheo da Costa. Os demais são: Andrea Hygino, André Vargas, Panmela Castro, Guilhermina Augusti, Matheus Ribs, Mulambö, Kika Carvalho, Elian Almeida, Rafa Bqueer e Yhuri Cruz.

 “O propósito é um diálogo transversal e abrangente da produção de autoria negra em todo território nacional, mas há destaques locais, evidentemente”, comenta Deri Andrade, curador da mostra. “Sempre convidamos artistas que sejam reconhecidos nos estados em que a exposição é montada”, explica.

No segundo andar e no espaço próximo à bilheteria estarão pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos que revelam diferentes épocas e discussões, contextos, gerações e regiões. De grande abrangência, a mostra percorre do período pré-moderno à contemporaneidade. 

Os trabalhos estão alocados em cinco eixos: Tornar-se, sobre a importância do ateliê de artista e do autorretrato; Linguagens, que aborda os movimentos artísticos; Cosmovisão, a respeito do engajamento político e direitos; Orum, sobre as relações espirituais entre o céu e a terra, a partir do fluxo entre Brasil e África; por último, Cotidianos, que aborda as discussões sobre representatividade.

Cada eixo é representado por artistas negros emblemáticos: Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 1882-1922), Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo, MG, 1935 - São Paulo, SP, 1974), Mestre Didi (Salvador, BA, 1917- 2013) e Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922- São Paulo, SP, 1991).  

FIGURAS CENTRAIS

No primeiro eixo, o público confere a arte do carioca Arthur Timótheo da Costa, cuja produção transita entre os séculos 19 e 20, expõe a relação do artista com seu ateliê, com a pintura, a fotografia e com artistas que se autorretratam. Seus traços revelam certa dramaticidade e evoluem para uma obra pré-modernista.

Rubem Valentim, homenageado na seção 2, é considerado um mestre do concretismo brasileiro. Propõe uma discussão sobre forma e elementos religiosos. Iniciou a carreira produzindo de natureza-morta a flores e paisagens urbanas e enveredou para o uso de símbolos e emblemas geométricos de religiões de base africanas.

O eixo 3 é dedicado à mineira Maria Auxiliadora, que encanta pelo uso das cores em seus retratos, autorretratos e festas religiosas. Mas não só. Sua obra carrega uma discussão mais política, engajada no debate sobre moradia, territórios, segurança alimentícia e direitos da população negra. 

Mestre Didi, na seção 4, foi artista e sacerdote, revelando muito da espiritualidade e da relação Brasil/África em seus trabalhos. Sua obra também é marcada pelo uso de materiais naturais como búzios, sementes, couro e folhas de palmeira e trata bastante das afro-religiosidades a partir das relações entre Brasil e África.

No último eixo, a artista central é Lita Cerqueira, única ainda viva dentre os cinco nomes-chave da exposição. Aos 72 anos se consagra como uma das mais importantes representantes da fotografia brasileira, com reconhecimento internacional. Iniciou a carreira capturando imagens de festas populares da Bahia, da capoeira e detalhes da arquitetura do centro histórico de Salvador. Logo depois, enveredou para a fotografia cênica, realizando importantes registros de músicos de sua época, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 
Senhor pescador costurando rede no mercado modelo (1976)
Foto: Lita Cerqueira

CURADORIA
A exposição é um desdobramento do Projeto Afro (projetoafro.com), em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de 330 artistas catalogados na plataforma. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000. “A exposição traz outra referência e um novo olhar da arte brasileira aos visitantes”, afirma o curador. “A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial, a exposição enfatiza essa produção como central para repensarmos nossa própria história”, completa.

O trabalho de pesquisa por trás do projeto e da exposição nasceu do desejo e, na sequência, da frustração de Andrade ao não encontrar muitas referências em torno da arte afro-brasileira no Brasil. Ao se debruçar em publicações, materiais de outras exposições (a exemplo de várias com curadoria de Emanoel Araujo nos anos 90, que mais tarde viria a se tornar diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e fundador do Museu Afro Brasil) e inúmeras pesquisas para o mapeamento de artistas negros e suas obras pelo Brasil, Deri Andrade iniciou um minucioso projeto de catalogação de uma arte que, por vezes, foi marginalizada pela sociedade. 

Ser artista acho que já é difícil, ser artista negro no Brasil é ainda um pouco mais complicado”, afirmou o artista Sidney Amaral (São Paulo, SP, 1973/2017), em 2016, ao ser entrevistado pelo projeto AfroTranscendence. Desde a conversa, esse pensamento acompanha Andrade, que dedica parte de seu tempo a conhecer e investigar a produção artística de autoria negra no Brasil. 

Deri também é pesquisador e curador, jornalista por formação, curador assistente no Instituto Inhotim e criador da plataforma Projeto Afro (projetoafro.com) de mapeamento e difusão de artistas negros/as/es.

EDITAL

A exposição foi contemplada no último edital de patrocínio do Centro Cultural Banco do Brasil 2023-2025, realizado no primeiro semestre de 2023, que aprovou projetos com temas e abordagens alinhados aos pilares conceituais definidos para essa seleção: pluralidade cultural, identidade, multidisciplinaridade, diálogos e novos olhares. “O Banco do Brasil tem a satisfação de patrocinar esta mostra que celebra o talento de 61 artistas negros, das diversas regiões do nosso país. Este é um dos vários projetos que valorizam nossa cultura e resgatam a ancestralidade, selecionados por meio do Edital de Patrocínios elaborado em parceria com o Ministério da Cultura e publicado em janeiro de 2023 ", destaca a presidenta do BB, Tarciana Medeiros.

Sobre o curador
Deri Andrade é pesquisador, curador e jornalista. Mestre em Estética e História da Arte (Universidade de São Paulo - USP), especialista em Cultura, Educação e Relações Étnico-raciais (CELACC - Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação - USP) e formado em Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo (Centro Universitário Tiradentes - Unit). Curou exposições individuais e coletivas no Brasil e em países como Inglaterra e Itália, dentre elas “Bará”, de Gustavo Nazareno, no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo e “Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra˜, no Inhotim. Interessa-se por arte contemporânea, com foco nas poéticas de artistas negros/as/es e desenvolveu a plataforma Projeto Afro, resultado de um mapeamento de artistas negros/as/es em âmbito nacional. Tem passagens por instituições culturais, como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, a Unibes Cultural e o Instituto Brincante. Atualmente é curador assistente no Instituto Inhotim.

SERVIÇO
Exposição: Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira
Período: de 16 de novembro de 2024 a 17 de fevereiro de 2025
Funcionamento: de quarta a segunda, das 09h às 20h (fecha às terças)  
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
Endereço: R. Primeiro de Março, 66 - Centro, Rio de Janeiro 
Informações: bb.com.br/cultura
Entrada gratuita
Ingressos disponíveis a partir de 04 de novembro, na bilheteria física e no site do CCBB RJ.

Programa Trilha de Letras tem conversa com escritor Maurício de Almeida

Terceiro livro de autor campineiro é tema da entrevista que vai ao ar nesta quarta (13/11), na TV Brasil


Maurício de Almeida. Foto: Divulgação 

A edição inédita do Trilha de Letras que a TV Brasil exibe nesta quarta-feira (13), às 23h, traz um bate-papo com o escritor e antropólogo campineiro Maurício de Almeida. Durante a conversa com a apresentadora Eliana Alves Cruz, o autor fala do seu terceiro livro, “Equatoriais” (2023).

A obra reúne 13 contos inspirados por uma série de viagens feitas por Maurício de Almeida em decorrência de suas atividades profissionais. Ele é servidor público da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e realiza diversos trabalhos de campo pelo país.


Foto: Divulgação.

A partir dessas viagens - por locais desconhecidos pela maioria dos brasileiros -, o escritor tece personagens que estão fora das suas zonas de conforto, interagindo com situações e pessoas que em suas vidas cotidianas provavelmente nunca conheceram. Em “Equatoriais” Maurício fala sobre relações paternas, questões fundiárias e povos originários.

A estreia de Maurício de Almeida na literatura foi com “Beijando Dentes” (2008), livro de contos vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2007. Sua segunda publicação é o romance “A Instrução da Noite” (2016), agraciado com o Prêmio São Paulo de Literatura em 2017 na categoria Autor Estreante com até 40 anos. Além de ter participado de diversas coletâneas literárias, Maurício teve obras traduzidas para o espanhol e inglês e escreveu peças de teatro e roteiros para audiovisual.

Ainda durante a atração da emissora pública, a jornalista Jordana Pires indica o título "O Barulho do Fim do Mundo" (2023), de Denise Emmer, no quadro "Dando a Letra", espaço com dicas de livros. Em uma narrativa que mescla o imaginário e o real, a obra explora o realismo mágico para contar a história de uma casa e uma menina que sofrem nas mãos de tiranos.

Sobre o programa

O Trilha de Letras busca debater os temas mais atuais discutidos pela sociedade por meio da literatura. A cada edição, o programa recebe um convidado diferente. A atração foi idealizada em 2016 pela jornalista Emília Ferraz, atual diretora do programa que entrou no ar em abril de 2017. Nesta temporada, os episódios foram gravados na BiblioMaison, biblioteca do Consulado da França no Rio de Janeiro

A TV Brasil já produziu três temporadas do programa e recebeu mais de 200 convidados nacionais e estrangeiros. As duas primeiras temporadas foram apresentadas pelo escritor Raphael Montes. A terceira, por Katy Navarro, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz assume a quarta temporada, que também ganha uma versão na Rádio MEC.

Ao vivo e on demand

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Sintonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

Serviço
Trilha de Letras – quarta, dia 13/11, às 23h, na TV Brasil
Trilha de Letras – quarta, dia 13/11, às 23h30, na Rádio MEC
Trilha de Letras – quarta, dia dia 13/11 para quinta, dia dia 14/11, às 4h30, na TV Brasil
Trilha de Letras – domingo, dia 17/11, para segunda, dia 18/11, à 0h30 e às 5h30, na TV Brasil

Com roteiro premiado e Mel Maia como protagonista, “Medley” começa a ser filmado

Além de Mel, estão no elenco os atores André Ramiro, Mariana Lima, Leona Cavalli, entre outros 


Foto: Rodrigo Montenegro 


As filmagens do longa-metragem “Medley” foram iniciadas no Rio de Janeiro. O filme, produzido pela Panorâmica e baseado no livro de Keka Reis, conta com produção e supervisão artística de Mara Lobão e Rodrigo Montenegro e um elenco com grandes talentos. Nomes como Mel Maia, André Ramiro, Mariana Lima, Leona Cavalli, Alana Cabral, Guthierry Soter, Pedro Manoel Nabuco e Valen Gaspar são dirigidos por Ana Luiza Azevedo. O roteiro foi escrito pela autora Keka Reis com a consultoria de Carolina Kotscho.

Mel Maia atua desde criança e tem uma sensibilidade incrível. Ela tem uma qualidade rica para o cinema, um talento que fala pelo olhar. Ela é incrível e está sendo prazeroso ver como ela enxerga a sua personagem e como ela traduz o que está no papel”, comenta Ana Luiza.

Foto: Ajota Nunes
Na história, Lola (Mel Maia), um talento excepcional da natação, enfrenta uma relação difícil com sua mãe e tem um bloqueio que a impede de nadar no estilo borboleta, relacionado à ausência do pai, de quem não tem muitas recordações. Durante as férias em uma pequena cidade do interior, ela faz novas amizades, se apaixona e acaba se integrando à equipe de natação local, que passa por dificuldades. Neste ambiente, a jovem embarca em uma jornada de autodescoberta, superando medos e traumas do passado.

Medley é o filme mais delicado e sensível que já produzimos. É uma história que fala da difícil relação entre mãe e filha, da única relação que é possível diante da ausência dolorida do pai. Tenho certeza que o público vai se emocionar com a história de superação e crescimento da Lola”, diz Mara Lobão.

Fundada em 2003 por Mara Lobão e Rodrigo Montenegro, a Panorâmica já produziu 13 filmes e mais de 60 séries. A produtora se destaca como pioneira na criação e produção de conteúdo infanto-juvenil e tem vasta experiência em adaptações de best-sellers brasileiros. Em 21 anos, a Produtora conquistou uma sólida relação com os maiores players audiovisuais do país, como Grupo Globo, Disney, Prime Video, Netflix, HBO Max, SBT, Paramount, Warner, Vitrine Filmes, Downtown Filmes e Galeria Distribuidora. P0

Ficha Técnica:

Direção: Ana Luiza Azevedo

Produção e Supervisão Artística: Mara Lobão e Rodrigo Montenegro

Roteiro: Keka Reis

Consultoria de Roteiro: Carolina Kotscho

Produção Executiva: Vanessa Jardim

Line Producer: Leila Lobão 

Direção de Elenco: Yolanda Rodrigues

Direção de Fotografia: Lilis Soares

Direção de Arte: Monica Palazzo

Figurino: Renata Russo

Produção: Panorâmica

Distribuição: Manequim Filmes

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Livro-testemunho de ex-policial expõe crise moral na Polícia Militar

Lançamento revela como oficiais de alto escalão operam esquemas de corrupção, lucram com redes de subornos e perpetuam a imoralidade dentre os novatos por meio do abuso de poder


Testemunho real de um ex-policial que detalha o que viu e ouviu durante os anos a serviço da Polícia Militar, o livro Oficiais do Crime, lançamento da Matrix Editora, reúne revelações sobre os esquemas corruptos conduzidos por oficiais de altas patentes e que desmoralizam uma instituição vital para a segurança pública brasileira. 

Em coautoria com o jornalista investigativo Sérgio Ramalho, ganhador dos prêmios Vladimir Herzog e Esso, o Sargento Silva apresenta uma profunda imersão nas entranhas da PM. A partir das ilegalidades cometidas no Rio de Janeiro, eles ilustram o que acontece em corporações de todo o país. 

Silva, que opta pelo anonimato por questões de segurança, traz à tona denúncias e relatos vivenciados por ele e por colegas de farda. Para garantir a proteção de todos os envolvidos, o livro traz alterados nomes, datas e locais. Ainda assim, os episódios narrados na obra são verídicos e expõem um cenário alarmante de corrupção institucionalizada. 

O título faz alusão aos oficiais de alta patente que são o maior exemplo de desrespeito às leis. Vários deles, mesmo condenados pela justiça, continuam a receber seus salários, quando não promovidos. Existem diversos casos nacionalmente conhecidos e amplamente divulgados pela mídia dos que cometeram os mais diversos crimes, muitos deles gravíssimos, e que até hoje não tiveram seus processos de exclusão instaurados ou concluídos. Do outro, lado, os praças (policiais de baixo escalão), são sumariamente colocados para fora da corporação ao menor deslize.  

O livro apresenta exemplos devastadores dos abusos cometidos e mostra como a “doutrinação para o mal” começa logo na formação dos policiais, com a criação de um ambiente de extrema rigidez e obediência cega. Desde os primeiros dias na academia, os alunos são submetidos a extenuantes sessões de exercícios físicos, como flexões e abdominais, usadas frequentemente como forma de punição para qualquer falha percebida. “Praças trabalham doze, catorze horas em pé, muitas vezes sem alimentação, água ou qualquer pausa para descanso. Já os cavalos e cachorros da corporação só podem trabalhar até seis horas por dia e são alimentados de quatro em quatro horas”, diz um dos trechos da obra. 

Os autores expõem uma rede de subornos dentro da própria formação, em que cadetes são obrigados a pagar quantias em dinheiro ou oferecer presentes caros para conseguir folgas ou dispensas. Ao longo das páginas, fica evidente como esse ciclo infinito de coação molda os futuros oficiais, já imersos em um sistema que valoriza a lealdade aos superiores e a manutenção de privilégios, acima da ética e do cumprimento das leis. 

Dentre as atividades ilegais apontadas estão o envolvimento de oficiais de alta patente com a exploração de máquinas caça-níqueis, a distribuição clandestina de serviços de internet e TV por assinatura e a garantia de segurança de figuras criminosas. Há também descrições de práticas misóginas e de abuso de poder, como a imposição para que policiais mulheres participem de orgias organizadas como "ritos de iniciação". 

O livro mergulha nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que, segundo Silva, tornaram-se verdadeiros territórios de corrupção. A Coordenadoria de Polícia Ostensiva é apresentada como um batalhão a serviço do crime organizado, enquanto o corporativismo entre os oficiais corruptos é destacado como a raiz de muitos problemas no órgão. O título evidencia o contraste gritante entre a excelente condição de vida dos marginais protegidos por esses esquemas e as péssimas condições de trabalho enfrentadas pelos policiais honestos. 

Oficiais do Crime é um alerta contundente para a sociedade. Ao romper o silêncio, o Sargento Silva joga luz sobre a degradação moral em setores que deveriam zelar pela ordem. Uma leitura que reforça a necessidade do constante debate sobre a ética na segurança pública, questiona o papel fundamental de uma instituição bicentenária e enfatiza a urgência de uma reforma completa na estrutura da Polícia Militar. 

Ficha técnica 
 
Livro: Oficiais do Crime – Como funciona a corrupção estrutural e sistêmica na elite da PM do Rio 
Autoria: Sargento Silva e Sérgio Ramalho 
Editora: Matrix Editora 
ISBN: 978-65-5616-506-6 
Páginas: 208 
Preço: R$ 52,00 
Onde encontrar: Matrix EditoraAmazon e livrarias físicas 

Sobre os autores 

Sérgio Ramalho - Jornalista especializado em reportagens investigativas, Administração Pública, Direitos Humanos e Segurança Pública. Em 25 anos de carreira, recebeu os prêmios Vladimir Herzog, Esso, Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Latino americano de Periodismo de Investigación (IPYS), Tim Lopes, Barbosa Lima Sobrinho (Embratel). É colaborador do Programa Tim Lopes da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). 

Sargento Silva - Ex-policial que trabalhou como policial militar no Rio de Janeiro e, por questão de segurança, optou pelo anonimato. 

Sobre a Matrix Editora 

Apostar em novos talentos, formatos e leitores. Essa é a marca da Matrix Editora, desde a sua fundação em 1999. A Matrix é hoje uma das mais respeitadas editoras do país com 1.050 títulos publicados e oito novos lançamentos todos os meses. A editora se especializou em livros de não-ficção, como biografias e livros-reportagem, além de obras de negócios, motivacionais e livros infantis. Os títulos editados pela Matrix são distribuídos para livrarias de todo o Brasil e, também, são comercializados no site www.matrixeditora.com.br.

Filme "Miúcha, a Voz da Bossa Nova" será exibido em festival de cinema na Sorbonne

A película dirigida por Liliane Mutti e Daniel Zarvos mostra a vida e a carreira de Miúcha, um ícone da Bossa Nova


Foto:Divulgação

O documentário "Miúcha, a Voz da Bossa Nova" participará do prestigiado festival "Música nas Américas", organizado pela Universidade Sorbonne em Paris. Único representante do Brasil no evento, o filme dirigido por Liliane Mutti e Daniel Zarvos mostra a vida e a carreira de Miúcha, um ícone da Bossa Nova. A exibição está marcada para sábado(09/11), às 20h30, no Cinema L'Écran de Saint-Denis, prometendo oferecer ao público uma visão única da artista e dos aspectos femininos na música brasileira.

A narrativa traz uma coletânea rica de cartas, diários, filmes em Super 8, fitas cassete, aquarelas pintadas por Miúcha, além de fotos e vídeos inéditos que revelam uma história íntima e singular da cantora. Muitas vezes apagada por sua ligação com figuras como Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto, a trajetória de Miúcha e o papel do feminino na Bossa Nova ganham destaque nesta obra.

Para a diretora Liliane Mutti, “exibir Miúcha na Sorbonne é uma celebração da memória e obra de uma artista que redefiniu o papel da mulher na música brasileira. Além disso, destaca que a nossa música é uma atração poderosa para o cinema brasileiro, mostrando a força e a transversalidade da cultura do país no cenário mundial. É uma alegria ver Miúcha sendo apreciada em mais de 40 países, por onde o filme já circulou". Ela também comentou que Miúcha estudou na Sorbonne, tornando a sessão ainda mais especial.

O ator Paulo Betti, ao assistir ao documentário, expressou sua admiração nas redes sociais: “estou absolutamente trespassado pela delicadeza e contundência do filme. As músicas inundam nosso coração, nos fazem chorar a ponto de não conseguirmos ver as fotos do impressionante arquivo e pesquisa! Parabéns a todos os envolvidos! O filme mais lindo que vi nos últimos tempos! Viva o cinema brasileiro!”.

O curador do Festival das Américas, Alberto da Silva, destacou a relevância do filme: "Além de homenagear a grande cantora brasileira Miúcha, o documentário de Liliane Mutti e Daniel Zarvos revela a perversidade das relações desiguais de gênero, não apenas no Brasil, mas no mundo da produção musical internacional nas décadas de 1950 e 1960."

Sendo a primeira cinebiografia de Miúcha, o documentário revisita sua vida entrelaçada com grandes nomes da cultura e apresenta as mulheres que marcaram sua trajetória. Momentos com a poeta chilena Violeta Parra, que apresentou Miúcha a João Gilberto, e um encontro com Simone de Beauvoir na casa dos Buarque de Hollanda no Rio de Janeiro enriquecem o filme, que também explora a libertação artística e emocional da cantora ao lado de Vinicius de Moraes, Stan Getz e Pablo Milanés.

O filme entrelaça a voz de Miúcha com leituras de suas cartas e diários interpretadas por sua sobrinha, a atriz Sílvia Buarque, em uma homenagem que cruza gerações. Com uma trajetória internacional de sucesso, o documentário já conquistou prêmios como Melhor Longa de Música no Festival Internacional de Cinema Indie Lisboa e Melhor Filme no In-Edit México.

Sobre o Festival

O festival "Música nas Américas", promovido pela Universidade Sorbonne em parceria com o Institut des Amériques, celebra as expressões musicais das Américas e, neste ano, foca na música como tema central. Realizado no cinema L'Écran, em Saint-Denis, o evento reúne professores, pesquisadores e profissionais de cinema para exibir documentários de curta e longa-metragem e promover reflexões sobre temas atuais por meio de apresentações e debates com os realizadores.


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Quinteto Brasil estreia na Série Música no Assyrio do Theatro Municipal neste domingo (10/11)

A curadoria é da violinista da OSTM, Suray Soren, com ingressos a preços populares


Foto: Divulgação

Música e contação de história. Esta é marca do Concerto de João à Pedro - Uma História Brasileira, que será apresentado no próximo domingo, dia 10 de novembro, na Série Música no Assyrio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O Quinteto Brasil estreia dentro do projeto que acontece de 15 em 15 dias, no domingo, no tradicional Salão Assyrio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sempre às 11h, com ingressos a preços populares: R$30 (inteira) e R$15 (meia).

Repertório:

Abertura com a Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro de L.M. Gottschalk

Laudate Dominum - Mozart

Festa na Bahia - Francisco Mignone 

Abaluaiê - Waldemar Henrique 

Negra Fulô - Lorenzo Fernandez

Quem Sabe - Carlos Gomes

Jesus Alegria dos Homens - J.S. Bach

Valsa da Viúva Alegre - de Franz Lehár

Músicos:

Georgia Szpilman - voz

Maria Luisa Lundberg - piano

Nayara Tamarozi - violoncelo

Pedro Amaral - violino

Moises Santos - clarinete

Serviço:

Música no Assyrio – Quinteto Brasil

Data: 10 de novembro (domingo)

Horário: 11h

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro - Cinelândia, Centro, RJ

Entrada pelo Boulevard da Treze de Maio

Preços populares: R$30 (inteira) e R$15 (meia) no site ou na bilheteria do Theatro.

Classificação: Livre


Teatro Rival Petrobras apresenta o concurso Miss Plus Size Nacional ainda mais inclusivo (09/11)

A edição de 2024 vai aclamar a primeira miss com Síndrome de Down. A noite de premiação terá Pocket show de Bruno Galvão e os integrantes dos Golden Boys Ronaldo e Mário Corrêa



Vem aí a 14ª edição do Concurso Miss Plus Size Nacional! Idealizado e comandado pelo polivalente Eduardo Araúju, o concurso terá sua noite de premiação no dia 9 de novembro, sábado, no Teatro Rival Petrobras, com pocket show de Bruno Galvão e os integrantes do Golden Boys Ronaldo e Mário Correa, além das apresentações de Drags Pamela Star com Bernardo Mota, Karoline Absinto e Sissy Diamond. Quatorze candidatas concorrem em quatro categorias: Master, Plus, Curvy e G+. A festa de premiação do concurso Miss Plus Size Nacional será ainda mais inclusiva, com a aclamação da primeira Miss Plus Size inclusão Nacional com Down, o lançamento do “Senhoras do Calendário 2025”, cujo tema é “Raízes”, e a aclamação da Miss Brasil da Maturidade 2024.

"Mais um ano de Miss Plus Size. É muito importante continuar a olhar com inclusão essas mulheres que ainda são discriminadas. Pessoas gordas encaram desafios diários, lutam por espaços que se adaptem a elas e tentam trabalhar a autoestima apesar do julgamento da sociedade em geral. Por isso, o concurso existe na importância de incluir, afagar, realizar sonhos sem julgamentos. Todas as pessoas têm de se sentirem incluídas na sociedade. Por isso, este ano tem a novidade de incluir o título de Miss Plus Size Nacional com Down. Incluir é amar, e o amor acolhe, cura e protege. É isso que faço em cada edição", emociona-se Araúju.

A Miss Plus Size inclusão Nacional 2024 com Down é Vanessa Salgado Ribeiro Melo, auxiliar administrativa e modelo da cidade mineira de Ibirité. Ela tem 36 anos e foi diagnosticada com disfunção da tireóide e toma medicamentos para seu controle. A alegria foi dando lugar à tristeza ao perceber que a obesidade incomodava as pessoas ao redor. A situação agravou quando perdeu o pai e só melhorou quando ela descobriu a moda nas aulas de passarela no Instituto Mano Down e passou a participar de grandes eventos em Belo Horizonte. Eduardo Araúju conheceu o booker dela, Jamir Lemos Júnior, e fez o convite para que ela fosse a primeira Miss Plus Size Nacional com Down. Afinal de contas, Araúju sabe, ele acredita que é muito importante dar visibilidade a todas as mulheres que empoderam e lutam por um mundo melhor e igualitário.

As 14 candidatas que disputam em quatro categorias vão desfilar de maiô, vestido de gala e roupa típica de seus respectivos estados para uma banca formada por nove jurados: a atriz Mary Sheila, a modelo Veluma, o professor de modelos Walber Ribeiro, a drag queen Isabelita dos Patins, a produtora Fernanda Borriello, o empresário e produtor David Santiago, o jornalista Rodrigo Teixeira, a atriz e cantora Fernanda Biancamano e a Miss Plus Size Master Nacional 2022 Zana Coutinho.

As candidatas e as categorias

Miss GMais

· Lu Góes: Minas Gerais

· Serlita Patrícia: Mato Grosso

Miss Plus Size Nacional

· Clarissa Lamotte: Rio Grande do Sul

· Gilsane Muniz: Rio de Janeiro

· Gláucia Rocha: Triângulo Mineiro

· Grasiane Santos: Minas Gerais

· Jéssika Reis: Pernambuco

· Palloma Santos: São Paulo

· Suely Vulpini: Mato Grosso

Miss Plus Size Master

· Ismênia Santusa: Minas Gerais

· Lila Baptista: Rio de Janeiro

· Simone Gabriel: Duque de Caxias

 Miss Curvy Nacional

· Glauce Rosa: Rio de Janeiro

· Lorrane Pessoa: Minas Gerais

Sobre Eduardo Araúju: O maquiador, professor de modelos e manequins, e produtor visual Eduardo Araúju tem uma trajetória marcada pela coragem e pela ousadia. Realizador do primeiro concurso Miss Plus Size Carioca Oficial no Rio de Janeiro, em 2010, Araúju está sempre envolvido em iniciativas que elevem a autoestima de quem foge aos padrões de beleza ditados pela moda. Ao longo de mais de 30 anos de carreira, ele vem contribuindo para que entrem na moda outros padrões de beleza feminina: mulheres mais cheinhas, mais maduras...

Mesmo com os reconhecimentos nacional e internacional que tem hoje, Eduardo Araúju não se esquece do começo, quando, ainda bancário, vendia cosméticos para reforçar o orçamento. Foi nessa época que conheceu a cantora Elza Soares, então em cartaz no Cassino Amarelinho, na Cinelândia. Por razões que o acaso não explica, o jovem bancário bateu no camarim da cantora justo na noite em que sua maquiadora não havia aparecido. “Você sabe maquiar?”, indagou Elza sem nenhum constrangimento. A partir dali, o jovem Eduardo Araúju abraçou o ofício de maquiador e acompanhou a artista durante 30 anos.

Desde então, o maquiador ou produtor visual (como o próprio prefere) adquiriu know-how suficiente para figurar entre os melhores profissionais do país. Seus pincéis e batons pintaram os rostos de uma verdadeira constelação, que inclui, além de Elza Soares, as cantoras Lana Bittencourt, Waleska, Elizeth Cardoso, Zezé Gonzaga e a apresentadora Xuxa Meneghel; sem esquecer das manequins internacionais Veluma e Maria Rosa.

Em 1991, Araúju passou a ministrar aulas de modelo e manequim para mulheres 60+ no SESI de Jacarepaguá. Ele perdeu a conta de quantas profissionais formou e colocou no mercado, participando de anúncios televisivos ou ilustrando peças publicitárias. Em seus cursos, Eduardo gosta mesmo é de aguçar a criatividade e o sex appeal das senhoras. E foi assim que, em julho de 1996, 14 senhoras desfilaram roupas confeccionadas com materiais reciclados, criados por elas, sob o comando dele, em plena Avenida Paulista. Naquele mesmo ano, os cariocas presenciaram um desfile de roupas íntimas em plena Avenida Atlântica, em Copacabana, e na Feira da Providência. O mesmo ocorreu na comemoração pelos 100 anos do Méier. Nada fora do comum, tirando o fato de que as modelos eram todas senhoras na faixa entre 60 e 70 anos.

Em 1998, criou o concurso “Miss Terceira Idade de São Paulo”; em 1999, “A Mais Bela Senhora do Rio de Janeiro”; e em 2001, idealizou os concursos “Miss Rio de Janeiro da Maturidade”, para senhoras entre 40 e 60 anos, “Rainha Rio de Janeiro da Maturidade” e “Rainha das Rainhas” para senhoras a partir de 61 anos.

A ousadia e a criatividade de Eduardo Araúju levaram seu nome correr mundo e chegar a países como Argentina, Angola, Polônia, Japão a toda a Europa. Dentre os muitos registros pela mídia internacional, destacou-se na TV europeia ARTE, num documentário feito no Brasil para ser exibido em toda a Europa. Eduardo também foi convidado a gravar um documentário sobre Misses da América Latina, exibido na Polônia.

O carinho e a dedicação a seu ofício e ao público da terceira idade também lhe renderam Moções da Câmara Municipal e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) entre 2001 e 2007.

Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, Eduardo Araúju foi convidado pelo Teatro Rival para comandar lives semanais com ícones do mundo artístico LGBTQI+, em que entrevistou grandes nomes como Nany People, Lorna Washington, Silvetty Montilla, Samara Rios, Miami Pink e Suzy Brasil.

Serviço:

Miss Plus Size Nacional 2024 – desfile e concurso

Show de Bruno Galvão, Renato e Ronaldo Corrêa

Data: 9 de novembro (sábado)

Horário: 20h

Local: Teatro Rival Petrobras

Endereço: rua Álvaro Alvim 33-37 – Cinelândia – Rio de Janeiro

Link para compra dos ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/99483

Ingressos: R$ 100 (inteira) / R$ 50 (meia – estudante, idoso, professor da rede municipal, assinante Clube O Globo e lista amiga) / R$ 70 (Agente MAM / cartão Giro MetrôRio / promoção de doação de 1kg de alimento)  

Oito obras nacionais para ler ainda este ano

As sugestões abaixo apresentam diferentes perspectivas do país que atravessam figuras emblemáticas, problemas sociais e a vida cotidiana



Nos últimos meses do ano, aproveite para conhecer autores brasileiros que trazem uma visão única para diferentes aspectos da realidade do país. As oito indicações abaixo atravessam temas como cultura, literatura, meio ambiente e momentos históricos, da ditadura militar à Guerra do Paraguai. Confira:

1968: Centelhas sobre palha seca

Depois de um período na França, a brasileira Beatriz retorna para o Brasil ao lado de Thierry, um jovem pianista filho de imigrantes da Costa do Marfim. Mas, quando chegam aqui no final da década de 1960, enfrentarão um dos períodos mais turbulentos da ditadura militar. Ambos se unem à célula 27 do MR8, liderado por Carlos Marighella, e viverão situações de muita resistência.

(Autor: Edvaldo Silva | Onde encontrar: Amazon)

Ana Preta

Nesta obra, o jornalista e escritor J. Londe reconta a trajetória de Ana Preta, uma mulher invisibilizada pela história oficial do Brasil. Negra e pobre, ela decidiu acompanhar o marido Zé Mulato durante a Guerra do Paraguai e lutou até o último dia de vida. Quando o companheiro faleceu, Ana Preta andou a pé de volta para seu lugar de origem com o corpo dele nos braços.

(Autor: J Londe | Onde encontrar: Clube de Autores)

À Beira do Araguaia

O Rio Araguaia, um dos maiores do Brasil, atravessa o cenário dos contos escritos por Francisco Neto Pereira Pinto. Os protagonistas das histórias são Ana e Pedro, um casal que atravessa diversos destinos. Aos poucos, aparecem os filhos Eve e Téo, os gatos Calíope e Dom – tudo isso em meio a diferentes versões do Araguaia. A casa família está situada na ribanceira do rio, onde as águas fazem fronteira com Goiás, Tocantis e Pará.

(Autor: Francisco Neto Pereira Pinto | Onde encontrar: Amazon)

O Imortal Machado de Assis

Pesquisador sobre narcisismo, mestre em Filosofia e graduado em Psicologia, Adelmo Marcos Rossi traz um olhar inédito para um dos maiores clássicos da literatura brasileira, Machado de Assis. No livro, ele explica como o autor apresentou uma espécie de psicologia literária e discorreu sobre conceitos da psicanálise antes de Freud.

(Autor: Adelmo Marcos Rossi | Onde encontrar: Amazon)

Poemas de plástico

Os escritos de Pedro Tancini levantam um debate urgente para o Brasil: a questão ambiental. Com o miolo todo feito de plástico, o projeto físico em si levanta questionamentos sobre a contradição do uso de plásticos: ao mesmo tempo que é tão descartável, dura mais de quatro séculos para se decompor na natureza. É essa mesma indagação que conecta todos os versos não somente nos sentidos ambiental, político e social, mas também no emocional.

(Autor: Pedro Tancini | Onde encontrar: Amazon)

Do Sertão a Hollywood

Antes de ganhar o mundo pelas criações desfiladas no tapete vermelho por estrelas como Sofía Vergara, Beyoncé, Ivete Sangalo e Xuxa, a alagoana Martha Medeiros foi vendedora de artesanato, sacoleira, bancária e muambeira. Essa é a história inspiradora de empreendedorismo feminino, inclusão social e glamour tecida pelas mãos calejadas de rendeiras e da estilista que criou uma marca genuinamente brasileira e internacional.

(Autora: Eliane Trindade | Editora: Matrix Editora | Onde encontrar: Amazon)

Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá

Publicada em 1919, é uma das obras mais maduras e perspicazes de Lima Barreto. O romancista oferece um retrato vívido da aristocracia carioca da época, destaca as desigualdades sociais e mostra a injustiça diante da hierarquização. A narrativa é feita pelo personagem Augusto Machado com base em seus diálogos com aquele que dá título ao livro: Gonzaga de Sá, um intelectual que não se alinha ao meio acadêmico e despreza a política de branqueamento da elite nacional do início do século XX.

(Autor: Lima Barreto | Editora: Via Leitura (Grupo Editorial Edipro) | Onde encontrar: Amazon)

O Cortiço

Lançado em 1890, este é um retrato das mazelas sociais que atingiam a capital do Império, sob a visão cientificista de um escritor que levou ao extremo a estética realista da época. O olhar darwinista de Aluísio Azevedo posicionou o romance como a expressão máxima do Naturalismo na literatura brasileira. No Rio de Janeiro do século XIX, o ambicioso português João Romão põe em prática seu plano de riqueza. Com trabalho duro, avareza e desonestidade, levanta um conjunto de 95 casinhas: o maior cortiço da região.

(Autor: Aluísio Azevedo | Editora: Via Leitura (Grupo Editorial Edipro) | Onde encontrar: Amazon


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Livro de Raí Rocha, que explora emoções e autoestima com uma visão terapêutica e reflexiva, será lançado em Niterói (09/11)

 Uma jornada de autoconhecimento: como “Quando viajo pra fora, eu recomeço por dentro” convida mulheres a redefinirem sua autoestima e relações em tempos de superficialidade



Já parou para pensar no que está do lado de fora e que pode te reconectar com as suas emoções? Temas sensíveis do cotidiano das mulheres fazem parte das temáticas do livro “Quando viajo pra fora, eu recomeço por dentro”, do psicanalista Raí Rocha. O lançamento do livro está previsto para o dia 09 de novembro, no Nosso Bistrô, em Icaraí a partir das 10h. A obra que promete ser uma best seller na categoria já tem pré-vendas disponíveis através do link http://www.edicoescandido.com/rairocha.

A obra fala sobre autoestima, relacionamentos e a maturidade necessária para o entendimento dos processos que passamos em diferentes fases da vida. Raí conta que este primeiro livro veio da importância de que as pessoas entendessem o que elas têm de valor. É sobre querer formular objetivos acessíveis, mesmo que em longo prazo, e sobre não estar mais no lugar de “deixar suas vidas fluírem como o rio”, ou ainda num lugar de comparações e de desistência de si mesma.

Falar sobre isso faz com que algo muito pesado possa ser colocado para fora a partir do momento em que a pessoa se torna capaz de reconectar-se consigo mesma e trabalhar o autoconhecimento. Foi a minha observação no setting terapêutico através de falas femininas a partir de relacionamentos empurrados com a barriga e expectativas de relacionamentos saudáveis na era superficial dos aplicativos. O livro é um momento para esta mulher se reconectar com o valor dela e ocupar o lugar de protagonista de seu equilíbrio”, explicou Raí, que é especialista em análise do comportamento.

Rai Rocha

Segundo ele, a ideia de lançar o livro veio pelo incentivo de uma amiga, quando ainda era professor universitário. Raí também tinha a missão de auxiliar os alunos no trabalho do autoconhecimento e entendeu que seria esta a sua forma de ampliar o conhecimento interligando-o com práticas contadas no livro, que podem ser terapêuticas.

O tempo faz bem, pois ele transforma conhecimento em sabedoria. Nas realizações do dia a dia, começamos a ver por outras lentes as questões que envolvem a vida, como por exemplo, maternidade, amor próprio e as relações que temos com a vida pessoal e profissional. O livro traz temas trabalhados em crônicas com algumas analogias que fazem o leitor se divertir, se autoanalisar e se emocionar a partir de uma leitura fluida e profunda”, contou. Estão previstos 1000 exemplares para a primeira edição e lançamento, pela Editora Edições Cândido de Niterói.

Serviço:

Lançamento do livro  “Quando viajo pra fora, eu recomeço por dentro”

Local: Nosso Bistrô 

Endereço: Rua Dr. Tavares de Macedo, 130, Icaraí, Niterói

Data: 09/11/24

Horário: 10h

Grátis: Movimento Vozes do Mundo apresenta a exposição “Cor Rubro Céu” em Santa Teresa

A mostra reúne obras de diversos artistas e intelectuais que buscam refletir o futuro através da arte

 

Foto: Divulgação

No dia 15 de novembro, coincidindo com o período do G20 no Rio de Janeiro, o Movimento Vozes do Mundo inaugura a exposição gratuita “Cor Rubro Céu” na Galeria Modernistas, em Santa Teresa. Com a curadoria de Mariana Bahia , a mostra apresenta obras de diversos artistas e intelectuais, propondo uma reflexão profunda sobre as crises ambientais e as mudanças climáticas, abordando os desafios que a humanidade tem enfrentado nos últimos anos.

A exposição oferece uma diversidade de expressões artísticas – incluindo pinturas, esculturas e fotografias – que abordam o impacto das questões ambientais e convidam o público a questionar o presente e refletir sobre o futuro. As obras criam um ambiente visual e imersivo de discussão e sensibilização sobre os caminhos para a sustentabilidade, preservação do planeta e questionar as ações humanas diante das crises ambientais.

Além da exposição principal, o evento contará com uma programação complementar composta por debates, workshops e visitas guiadas, incentivando a troca de ideias com o público e a comunidade cultural. Entre os destaques, rodas de conversa com artistas e educadores vão explorar o papel da arte como catalisador de transformação social, cultural e ambiental, e discutir sobre os próximos anos no Brasil e no cenário global.

A iniciativa Vozes do Mundo nasceu como um movimento plural, onde a arte e a cultura se transformam em meios de diálogo e mudança política e social. Acreditamos no poder da arte de questionar, inspirar e reimaginar realidades”, afirma Mariana Bahia, fundadora do movimento. O objetivo é unir apoiadores de diversas áreas em um espaço de reflexão coletiva, promovendo o entendimento das mudanças climáticas de forma sensível.

O projeto conta com o apoio de Saphira & Ventura Gallery, Instituto Bienal Amazônia, Espaço Cria Arte Movimento, Escola Radar, Chave Mestra e Lead Comunicação , entre outros parceiros que compartilham a visão de promover a arte como meio de transformação.

A exposição “Cor Rubro Céu” é aberta ao público e terá entrada gratuita durante todo o período de exibição. A Galeria Modernistas convida todos a visitar, incentivando o debate sobre os temas mais urgentes do nosso tempo.

Serviço:

“Exposição Cor Rubro Céu"

Data: 15 de novembro a 3 de janeiro de 2024

Local: Galeria Modernistas

Endereço: Rua Paschoal Carlos Magno, 39 - Santa Teresa–RJ

Horário: Sob agendamento

Entrada Franca 


terça-feira, 5 de novembro de 2024

“O Chamado do Relógio da Vida e o Valor do Tempo”, novo livro de Wesley Poison, será lançado no Brasil e na Europa em novembro

A obra é uma viagem pelas “eras” da vida do autor, um relato das experiências vividas e observadas ao seu redor 


Crédito: Alex Coppinger


O cantor, compositor, desenhista e poeta Wesley Poison está com tudo pronto para o lançamento de “O Chamado do Relógio da Vida e o Valor do Tempo”. 

O livro é uma viagem pelas “eras” da vida do autor, um relato das experiências vividas e observadas ao seu redor. Cada momento é apresentado em sua mais honesta dualidade, revelando a escuridão e a luz da alma.

Falo sobre navegar pelos estágios da vida e buscar a consciência de que, em cada momento presente, estou vivo, arriscando tudo. Sou eu falando comigo mesmo, lembrando-me de viver no presente, fiel aos meus sonhos e possibilidades”, conta Wesley.

Na obra, os poemas ganham forma ao redor de temas como aspirações, medos, ambições, saúde mental, vida, morte e a ambivalência da condição humana na curta jornada cronológica na Terra.

Do Reino Unido para o mundo, “O Chamado do Relógio da Vida e o Valor do Tempo” será lançado em português (Brasil) e inglês (Europa). 

Originalmente a maioria dos poemas foram escritos em português e depois eu traduzi, o que também foi praticamente um trabalho de reescrita pois eu tive de parafrasear os versos e acrescentar novas palavras a modo que rimassem, sem tirar o sentido da versão em português”, diz o autor, que atualmente mora na Escócia.

O livro é uma produção independente. A pré-venda já está aberta no Instagram: @wesleypoison e @em.equacao.poetica, garanta já seu exemplar!

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Um último amor para Van Gogh

Escrito por Sérgio Corrêa, Clara & Vincent traz um olhar humano para um dos artistas mais célebres do século XIX

Famoso por suas pinceladas fortes, tons vivos e imagens de girassóis, Vincent Van Gogh é um dos pintores mais adorados do mundo. Apesar da popularidade atual, a biografia dele é marcada por pobreza, relacionamentos fracassados e muitas especulações sobre uma suposta loucura que lhe rendeu a alcunha de "gênio incompreendido”. Hoje símbolo da cultura pop, ele ganha uma história mais comum e sem idealizações no livro Clara e Vincent, do escritor Sérgio Corrêa.

O ponto de partida do romance é a temporada que o holandês passa no interior da França, pouco antes de morrer. Em 1888, o pintor até então desconhecido e malsucedido muda-se para Arles. Com esses elementos inspirados na história real do artista, a ficção inicia quando Van Gogh conhece Clara, uma jovem arlesiana responsável por lhe entregar o pão diariamente.

Ao entrar em contato com a obra artística dele, a moça se apaixona por seus quadros e personalidade criativa. Inspirada pela natureza de Arles, ela o incentiva a usar novas cores e elementos em seus quadros, como os famosos girassóis, e se torna testemunha da realização de algumas das telas mais famosas de Vincent. A convivência faz nascer uma paixão profunda que despertará o lado mais belo dos dois e transformará a história da arte mundial.

Clara sentiu o ar lhe faltar. Ela tinha visto Vincent montá-lo, mas, de onde se encontrava, mesmo tendo uma imagem próxima do ponto de vista dele, nada daquilo que ali estava ressaltou aos seus olhos. Como podia ter ele visto daquela forma? A luz era exatamente aquela, lembrava-o bem. Ali estava um momento único, fixado na retina do pintor, transposto para a tela numa sobreposição de camadas de tinta que lhe dava composição tridimensional e faziam as imagens saltarem da tela numa pantomina de cores, acrescentando-lhe vida própria. Era a paisagem por detrás de sua casa, porém, como que vista em sonho. Um sonho maravilhoso, de cores intensas, explodindo de vida. (Clara e Vincent, p. 30)

O livro é uma ficção que busca ir além do senso comum criado ao redor da figura de Van Gogh, e, para isso, o autor mergulha nas emoções e na psique dos personagens. “Isso proporciona uma visão mais íntima e sensível da experiência do artista, destacando como o amor e o apoio emocional podem ter impactado sua criatividade e bem-estar”, explica Sérgio Corrêa. O destaque está no modo como ele foge da associação corriqueira do pintor com a loucura, e constrói um personagem complexo e instável, movido principalmente pelo desejo de representar a beleza do mundo em sua arte.

Com descrições de obras conhecidas como “Noite estrelada sobre o Ródano”, e das belas paisagens da Provença, Clara e Vincent é um retrato delicado sobre duas pessoas unidas pela sensibilidade e pelo fascínio com a vida. É uma leitura para agradar os fãs de romances históricos, assim como os das artes.

FICHA TÉCNICA

Título: Clara e Vincent
Autora: Sérgio Côrrea
ISBN: 978-65-5872-374-5
Páginas: 150
Preço: R$ 44,46
Onde comprar: Amazon / Clube de Autores

Sobre o autor: Sérgio Luiz Almeida Corrêa nasceu em 1958, em Colatina, no Espírito Santo. Formou-se em Odontologia pela UFES e, em 1988, mudou-se para Portugal. Estreou como escritor com o romance O Aroma do Café em Flor, premiado no Concurso Internacional de Literatura da União Brasileira de Escritores (UBE), no Rio de Janeiro. Seu mais recente livro é Clara e Vincent.

Redes sociais do autor:

Trio Esperança se apresenta no Projeto Seis & Meia no Rio

O show acontece no dia 5 de novembro, com abertura de Nanda Barros e Adriano Barros


Foto: Divulgação


Após um retorno em grande estilo ao Rio de Janeiro, o Projeto Seis & Meia confirma sua próxima atração para o dia 5 de novembro (terça-feira), às 18h30, no Teatro Riachuelo. O Trio Esperança, parte da renomada família Corrêa, subirá ao palco para um grande show. Considerada a maior família de cantores famosos do Brasil, o Trio promete uma apresentação inesquecível.

A abertura do evento ficará por conta de Nanda Barros e Adriano Barros. Nanda, neta de Renato Barros (fundador do grupo Renato e Seus Blue Caps), e Adriano, filho do cantor Ed Wilson, irmão de Renato, trazem o DNA musical na veia e irão homenagear grandes sucessos da família Blue Caps. Os ingressos estão disponíveis para compra na plataforma Sympla.

O Projeto Seis & Meia foi um sucesso nos anos 90, abraçado pelo público e pela classe artística. No início dos anos 2000, ele deixou o Rio de Janeiro e passou a ser realizado no Nordeste, em cidades como Natal e Mossoró, no Rio Grande do Norte. Nessa nova fase, o projeto continuou a atrair grandes nomes da música, como Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Geraldo Azevedo, Fagner e Alceu Valença.

Sobre o Trio Esperança

Foto: Divulgação
O show "A Fabulosa História do Trio Esperança" narra a trajetória de sucesso dos irmãos Corrêa, uma das maiores famílias de cantores do Brasil. Sob a direção de Gérard Gambus, o espetáculo percorre a carreira do Trio Esperança, que teve início em 1961 com os irmãos Mário, Regina e Evinha.

Inspirados pelos irmãos mais velhos, que formaram os Golden Boys, o Trio Esperança alcançou o sucesso com músicas como "Filme Triste", "O Passo do Elefantinho" e "A Festa do Bolinha". Evinha seguiu carreira solo em 1969, sendo substituída por sua irmã mais nova, Mariza. O trio continuou a gravar sucessos, mesmo após a saída de Evinha.

Com o fim do Movimento Jovem Guarda, o Trio Esperança também encerrou suas atividades. No entanto, Mariza e Regina se mudaram para a Europa, onde se juntaram a Evinha. Juntas, relançaram o grupo, gravaram quatro álbuns e realizaram turnês de sucesso pela Europa, Canadá e África. Trabalharam com grandes nomes da música brasileira, como Chico Buarque, Gilberto Gil, e artistas internacionais, como Charles Aznavour. O Trio Esperança conquistou três discos de ouro e participou de importantes festivais, como o de Montreux. Atualmente, continuam divulgando a música popular brasileira pelo mundo.

Serviço

Trio Esperança se apresenta no Projeto Seis & Meia no Rio de Janeiro

Instagram: @projetoseisemeiarj

Contato: (21) 98486-3023

Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/98775


sábado, 2 de novembro de 2024

Grátis: Iphan prorroga exposição sobre arquitetura do Centro do Rio

Mostra fica em cartaz até o dia 29 de novembro


Foto: Divulgação


A exposição "Um Rio de Patrimônios: Permanências e Transformações da Cidade do Rio de Janeiro", em cartaz na Esquina do Patrimônio, espaço cultural localizado no térreo da sede da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro, foi prorrogada até o dia 29 de novembro. Realizada pelo Instituto 215, com patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), a mostra revela a multiplicidade do significativo acervo de exemplares dos patrimônios arquitetônico, urbanístico, paisagístico e de bens integrados às artes visuais localizado na atual área central do Rio de Janeiro. O local corresponde ao núcleo urbanizado até meados do século XIX da cidade colonial e é reconhecido como centro histórico da cidade. 

A exposição convida o público a conhecer e a desvendar o processo de proteção do Patrimônio Cultural do centro do Rio de Janeiro, a partir de percursos temáticos e cronologias sobre as transformações urbanísticas da cidade. Além disso, também tem o objetivo de alertar quanto à importância da preservação do patrimônio para a memória coletiva e a identidade da sociedade em relação aos espaços urbanos, apresentando o Patrimônio Cultural como tema inserido no cotidiano de seus habitantes.   

Com curadoria dos arquitetos e urbanistas Andréa da Rosa Sampaio e Guilherme Meirelles M. de Mattos, e com projeto expositivo da arquiteta e cenógrafa Adriana Milhomem, a exposição é estruturada em três módulos expositivos: “Permanências: construindo a Cidade e seus Patrimônios”; “Percursos:  um passeio pelo Patrimônio Cultural Carioca”; e “Transformações: desvendando as camadas históricas da Preservação”. Estes módulos buscam ampliar a compreensão das camadas temporais de projetos para a cidade e seus efeitos sobre a forma urbana. O percurso ilustra, também, a evolução tecnológica da cartografia aplicada a planos e ao mapeamento da cidade.  

Fotografias e cartografias antigas e atuais, em variados suportes e escalas, contribuem para dinamizar a leitura e potencializar a compreensão da exposição. Durante o percurso da mostra, os visitantes são convidados a acessar o aplicativo da pesquisa “Atlas do Patrimônio Urbano da Área Central do Rio de Janeiro”, desenvolvida pelos curadores no âmbito do grupo de pesquisa Cidade como Documento da História Urbana (CiDHurb), sediado no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (PPGAU-UFF). 

“Um Rio de Patrimônios” cumpre a responsabilidade social de difusão do conhecimento gerado na universidade pública, com fomento de órgãos de pesquisa, expondo o valioso material dos acervos institucionais e o fundamental trabalho dos órgãos de proteção ao patrimônio. Contemplada com o Prêmio Funarte Artes Visuais 2020-2021, a exposição já foi apresentada no Complexo da Funarte, em São Paulo, e exibida no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. 

Serviço: 

Visitação: Até 29 de novembro de 2024 

Local: Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro  

Endereço: Avenida Rio Branco, 46 - Centro, Rio de Janeiro  

Horário: segunda a sexta, das 10h às 18h (não haverá visitação no feriado de 15 a 20 de novembro) 

Entrada Franca 

Classificação: Livre 

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Histórias para pensar sobre o imprevisível

Em livro de estreia, Claudia Ipolito mescla suspense, drama e comédia em narrativas curtas sobre os acasos da vida

Na maior parte do tempo, a vida cotidiana segue sem grandes surpresas. Existem, porém, momentos inesperados que interrompem a rotina e trazem um novo olhar sobre o é comum. São esses acontecimentos insólitos que servem de base para os contos e crônicas de Devaneios da Vida, livro de estreia da escritora Claudia Ipolito.  

Os 29 textos que compõe o livro percorrem as quatro estações do ano por meio de suas características mais marcantes - a frieza e acolhimento do inverno, ou o calor e a paixão do verão -, em narrativas de gêneros variados, por vezes cômicas, mas também reflexivas e até mesmo instigantes. Como explica a autora na introdução, são breves momentos do cotidiano que exploram diferentes sentimentos e percepções. E a linguagem acessível e objetiva de cada história permite que o leitor se identifique com personagens e situações, por mais inusitadas que possam parecer. 

As tardes frias em um domingo de inverno podem servir para pensar na vida, lembrar de pequenas coisas que são só nossas. Lembrar de momentos que não voltam mais, de pessoas que cruzaram nosso caminho por algum momento. (...) Tentando achar a explicação de como cheguei a este momento presente, qual caminho errado tomei. Mesmo se achar a resposta, agora não tem como mudar o curso desta tarde fria de domingo. O que resta são somente devaneios... (Devaneios da vida, pág. 7) 

Em “Para que serve uma tarde fria de domingo”, a autora reflete sobre os momentos de ócio e imaginação na vida adulta e na infância. Na crônica “família paterna”, relata uma tarde em companhia do avô, imigrante italiano que veio ao Brasil ainda criança. Em outros textos do livro, o foco está nos desafios das relações humanas, como o caso de “Acontece lá, onde eu moro” sobre a vida em um condomínio e a interação entre vizinhos; “Inacreditável” com nuances da amizade entre três mulheres; e narrativa em duas partes “Ela e Ele”, que relata um amor de juventude e seus desdobramentos com o passar dos anos.  

Devaneios da vida reúne uma gama de sentimentos e vivências que promovem reflexão sobre as reviravoltas e surpresas da rotina, e de que diferentes maneiras é possível lidar com elas. Com bom humor e leveza, o livro de Claudia Ipolito convida o leitor a ir de encontro com as eventualidades que surgem no caminho. 

FICHA TÉCNICA 

Título: Devaneios da vida:  Crônicas e contos com suspense, drama, reflexões, comédias e finais surpreendentes 
Autora: Claudia Ipolito  
Editora: LC Design & Editorial  
ISBN: 978-65-5872-884-9  
Páginas: 148 
Preço: R$ 46,90 
Onde comprar: Amazon e Estante Virtual.  

Sobre a autora: Claudia Lopes Ipolito vive em Sorocaba, no estado de São Paulo. Médica veterinária de formação, com pós-graduação na área de marketing, decidiu se dedicar a escrita depois de anos de experiência na indústria farmacêutica veterinária. Após escrever manuais, textos técnicos e uma pequena coluna no Jornal do Cambuci, finalizou Devaneios da Vida, seu primeiro livro de contos e crônicas. Atualmente, trabalha em seu primeiro romance.  

Redes sociais da autora: 

Instagram: @claudiaipolito  
Facebook: /claudiaipolito / 

Site da autora: https://linkbio.co/claudiaipolito